Home Office em condomínios

Muitos condôminos estão trabalhando e estudando em seus apartamentos durante a pandemia de COVID-19, suscitando questões legais de direitos e deveres, barulho, tolerância e convivência

De uns tempos pra cá – principalmente nas grandes cidades – o tempo perdido no trânsito e o avanço das tecnologias fez com que o home office ganhasse força na rotina de profissionais que só precisam de um computador e uma conexão de internet para trabalhar.

Passou a ser cada vez mais comum pessoas trabalharem de casa um ou mais dias por semana.

Com a pandemia de coronavírus instaurada no Brasil e a quarentena decretada em meados de março, o home office virou um estado permanente para uma boa parcela da população que tem condições de trabalhar remotamente.

Mais do que isso, crianças, adolescentes e adultos também passaram a estudar e ter aulas também de forma remota e online.

Com ou sem estrutura, todo mundo ajeitou um cantinho em suas casas e seguiu trabalhando ou estudando. E nos condomínios residenciais não foi diferente.

“Com mais tempo dentro de casa, todos os moradores estão tendo que se adaptar à uma nova realidade. Cada apartamento tem uma rotina diferente do outro. Enquanto um morador precisa trabalhar em home office, o que requer silêncio, outro morador tem crianças dentro de casa e que não podem descer para brincar no play. É necessário encontrar um equilíbrio”, afirma Karine Pedrosa Prisco, síndica profissional na zona sul do Rio de Janeiro.

Para o advogado especializado em condomínios Jaques Bushatsky, são situações que exigem, mais do que nunca, o jogo de cintura de síndico e moradores.

“Queremos que esse condômino trabalhe de home office e pague a cota condominial. É atividade tida como lícita dentro da nova normalidade que está se instalando. A COVID-19 só acelerou uma situação que já vinha acontecendo, assim como acelerou nos pais zelar melhor pelo comportamento dos filhos”, alfineta.

Convivência entre vizinhos exige maior tolerância por parte de todos

O advogado, professor e mediador de conflitos Alessander Mendes lembra que, devido à pandemia e ao isolamento social, as pessoas estão muito tensaseufóricas e tudo é motivo para conflito, com o agravante de uma comunicação precária.

“Todo mundo está buscando uma válvula de escape, descobrindo o que pode lhe trazer uma explosão de adrenalina e libertação”, afirma o especialista.

Karine Prisco, que atende 34 condomínios, ressalta a importância de que neste período haja maior tolerância por parte dos moradores. Com maior número de pessoas em casa e a rotina completamente mudada, alguns tipos de ruídos oriundos de ações cotidianas serão comuns e certamente vão ocorrer:

  • crianças brincando
  • pessoas fazendo atividade física
  • barulho de um reparo emergencial ou uma reforma em andamento
  • som alto etc

“Deve-se ter bom senso para entender o que foge do normal e do aceitável. No dia a dia, o síndico deve tentar mediar e conciliar esses conflitos, sempre junto com o conselho, e ir tratando e analisando caso a caso”, orienta a especialista, com cinco anos de experiência.

Importante lembrar que sempre haverá pessoas que não admitem cumprir as normas e que não respeitarão o espaço do vizinho. A forma mais eficaz de solucionar possíveis conflitos é, primeiramente tentar a comunicação.

  • Saiba técnicas para mediar conflitos entre vizinhos ao final da matéria

“O próprio síndico pode solucionar o problema com uma conversa, notificações, circulares e campanhas de conscientização. Mas, de fato, é importante que o morador que está sendo prejudicado formalize a reclamação”, ensina a síndica profissional.

 

formalização da reclamação deve ser feita pelos meios oficiais de comunicação do condomínio, que podem ser:

  • site
  • aplicativo
  • e-mail
  • whatsapp

Deve-se evitar, se possível, o livro de ocorrências físico da portaria, pouco recomendado nestes tempos de COVID-19 pelo fator “contaminação”.

Fonte: Sindiconet

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